A seguir, confira nosso texto sobre "Ketamina: O que é, para que serve e perigos da droga" feito por clínicas de recuperação e reabilitação em SP para você.
Já ouviu falar da ketamina? Esta substância gera muita confusão. Uns dizem que é remédio. Outros afirmam que é droga. Afinal, o que é verdade?
Vou te explicar tudo sobre ela. De forma clara. Sem rodeios.
A ketamina tem dois lados. Pode salvar vidas no hospital. Pode destruir vidas nas ruas. Tudo depende do uso.
Neste artigo, você vai entender o que é essa substância. Como ela age no corpo. Quando ela ajuda. Quando ela prejudica.
Vamos lá?
O que este artigo aborda:
- O que é ketamina?
- Cor e características da Ketamina
- Usos médicos corretos da ketamina
- Aplicações como anestésico em medicina e veterinária
- Tratamento da depressão resistente e protocolos terapêuticos
- Sinais de uso recreativo e abuso de ketamina
- Perigos e riscos associados ao uso indevido da droga
- Diagnóstico do transtorno por uso de dissociativos
- Tratamentos para abuso e dependência de ketamina
- Manejo da síndrome de abstinência
- Intervenções psicossociais e reabilitação
- Estratégias de prevenção e redução de danos
- Conclusão

O que é ketamina?
A ketamina ou cetamina é um anestésico dissociativo criado em 1962, originalmente feito para processos cirúrgicos e procedimentos médicos.
O nome químico é cloridrato de cetamina. Age no sistema nervoso central. Bloqueia receptores de glutamato no cérebro.
E o que isso causa? Uma sensação de separação. A pessoa se sente desconectada do próprio corpo. Como se flutuasse.
Em doses médicas, alivia a dor. Causa sedação. Mantém as funções respiratórias estáveis. Por isso é considerada segura em procedimentos.
“A ketamina atua como antagonista não-competitivo dos receptores NMDA, resultando em estado dissociativo onde há desconexão entre o tálamo e o córtex cerebral, mantendo os reflexos protetores” (DOMINO, 2010).
Na medicina, a cetamina é controlada. Usada com critério. Monitorada por profissionais.
Nas ruas, é diferente. A ketamina virou droga recreativa. Conhecida como “Special K” ou “Kit Kat”. Buscada pelos efeitos alucinógenos.
Cor e características da Ketamina
A cetamina ou ketamina medicinal vem em forma líquida. É uma solução injetável, cllara e incolor. Sem cheiro forte, conforme a seguir:

Já a ketamina vendida ilegalmente pode aparecer de várias formas:

1: Pó branco cristalino. Parece sal ou açúcar refinado. É a forma mais comum nas ruas.
2: Pó rosa e granulado, parecendo giz de cera triturado
3: Comprimidos. Geralmente misturados com outras substâncias.
A ketamina não tem cheiro característico. O gosto é amargo e desagradável.
Uma paciente certa vez me descreveu: “O pó parecia neve fina. Brilhava um pouco na luz.”
Quando usada como droga, a cetamina pode ser:
- Inalada pelo nariz
- Fumada com tabaco ou maconha
- Injetada na veia ou músculo
- Engolida em forma de comprimido
Cada forma de uso muda a velocidade dos efeitos. A injeção age em segundos. O pó inalado leva minutos. Os comprimidos podem demorar até uma hora.
Usos médicos corretos da ketamina
A ketamina tem seu lugar na medicina. Usos legítimos e importantes. Vamos ver quais são.
Aplicações como anestésico em medicina e veterinária
Na medicina humana, a cetamina brilha em situações específicas:
Emergências. Pacientes politraumatizados. Quando a pressão está baixa. A ketamina não causa queda adicional na pressão.
Procedimentos curtos. Redução de fraturas. Curativos em queimados. Atendimento a crianças agitadas.
Em países com poucos recursos. Campos de batalha. Zonas de desastre. A cetamina é prática e segura.
Na medicina veterinária, é ainda mais usada. Quase todo pet que passa por cirurgia recebe cetamina.
“O uso anestésico da ketamina permanece indispensável em muitos contextos cirúrgicos devido à sua capacidade de produzir analgesia profunda sem depressão respiratória significativa, sendo especialmente valiosa em ambientes com recursos limitados” (MILLER, 2018).
Um colega cirurgião militar me contou: “No campo, a ketamina salva vidas. É simples. Funciona rápido. Não precisa de equipamentos sofisticados.”
Tratamento da depressão resistente e protocolos terapêuticos
Nos últimos anos, a ketamina ganhou novo papel. Trata depressão grave. Aquela que não melhora com outros remédios.
Como funciona? A cetamina age rápido. Outros antidepressivos levam semanas. Ela leva horas ou dias.
O protocolo é específico:
- Doses muito menores que as anestésicas
- Aplicação em ambiente médico controlado
- Sessões repetidas em intervalos programados
- Acompanhamento psiquiátrico constante
Tive uma paciente com depressão severa. Tentou suicídio três vezes. Nada funcionava. A infusão de ketamina mudou seu quadro em 24 horas.
Ela me disse: “Foi como se alguém abrisse as cortinas depois de anos no escuro.”
Mas atenção: esse tratamento é médico. Protocolar. Não tem nada a ver com uso recreativo.
Sinais de uso recreativo e abuso de ketamina
Como saber se alguém está usando ketamina de forma abusiva? Existem sinais claros.
Durante o efeito da droga, a pessoa apresenta:
- Fala arrastada
- Olhar vago ou fixo
- Movimentos descoordenados
- Dificuldade para andar
- Sensação de estar flutuando
- Alucinações visuais
Um paciente descreveu: “Era como estar em um filme 3D, mas eu era a única pessoa na sala que podia ver.”
O comportamento muda. A pessoa parece “fora do ar”. Não reage normalmente ao ambiente.
Com o uso frequente, surgem outros sinais:
- Isolamento social
- Mudanças de humor bruscas
- Problemas de memória
- Dificuldade de concentração
- Marcas de agulha (se injetada)
- Danos no septo nasal (se inalada)
Familiares notam as mudanças. Um pai me relatou: “Meu filho virou outra pessoa. Sumia por dias. Quando voltava, não lembrava de conversas que tivemos.”
O uso recreativo tende a aumentar. A pessoa busca o “k-hole” – estado de dissociação profunda. Quase como uma experiência fora do corpo.
Perigos e riscos associados ao uso indevido da droga
A ketamina recreativa traz riscos sérios. Não é brincadeira.
Os perigos imediatos incluem:
- Parada respiratória em doses altas
- Pressão arterial perigosamente alta
- Convulsões
- Acidentes por falta de coordenação
- “Bad trips” com pânico intenso
Já atendi jovens no pronto-socorro após festas. Um deles tinha caído de uma escada. Não sentiu a queda por causa da ketamina. Fraturou três costelas.
Com uso contínuo, os danos pioram:
- Cistite ulcerativa (inflamação grave da bexiga)
- Danos nos rins
- Problemas hepáticos
- Déficits cognitivos persistentes
- Transtornos psicóticos
- Dependência química
A cistite por ketamina é devastadora. A pessoa sente dor intensa ao urinar. Urina sangue. Precisa ir ao banheiro a cada 15 minutos.
Uma paciente jovem, de apenas 22 anos, já tinha a bexiga tão danificada que precisou de cirurgia. Ela usava cetamina há apenas 2 anos.
A tolerância aumenta rápido. A pessoa precisa de doses cada vez maiores. O risco de overdose cresce.
Diagnóstico do transtorno por uso de dissociativos
Como saber se o uso virou transtorno? Existem critérios médicos claros.
Os sinais do transtorno por uso de ketamina incluem:
- Usar em quantidades maiores que o planejado
- Tentar parar sem conseguir
- Gastar muito tempo para conseguir a droga
- Sentir fissura (desejo intenso)
- Falhar em obrigações por causa do uso
- Continuar usando mesmo com problemas claros
O diagnóstico é clínico. Baseado na história do paciente. Nos relatos dos familiares.
Exames de urina podem detectar a ketamina. Por até 3 dias após o uso. Útil para confirmar suspeitas.
Tive um paciente que negava o uso. A esposa trouxe escondido um exame positivo. Foi o início de um tratamento que salvou seu casamento.
O diagnóstico precoce melhora muito o prognóstico. Quanto antes tratar, melhor.
Tratamentos para abuso e dependência de ketamina
O tratamento da dependência de ketamina existe. Funciona. Mas exige compromisso.
Manejo da síndrome de abstinência
Parar a ketamina causa abstinência. Menos intensa que outras drogas. Mas real.
Os sintomas incluem:
- Ansiedade intensa
- Tremores
- Suor excessivo
- Palpitações
- Insônia
- Fissura (desejo pela droga)
O manejo médico ajuda muito. Usamos:
- Benzodiazepínicos para ansiedade e insônia
- Antidepressivos para humor
- Hidratação adequada
- Vitaminas e suplementos
- Controle dos sinais vitais
A fase aguda dura 3-4 dias. A fissura pode persistir por semanas ou meses.
Intervenções psicossociais e reabilitação
A parte mais importante vem depois. O tratamento psicossocial.
As abordagens mais eficazes são:
- Terapia cognitivo-comportamental
- Entrevista motivacional
- Grupos de apoio mútuo
- Terapia familiar
- Manejo de contingências
Um paciente me disse após seis meses limpo: “A droga foi só a ponta do iceberg. Tive que entender o que estava por baixo.”
A internação pode ser necessária nos casos graves. Por 30 a 90 dias. Para desintoxicação completa.
A reabilitação é um processo. Tem altos e baixos. Recaídas fazem parte. Persistência é fundamental.
Estratégias de prevenção e redução de danos
Prevenir é melhor que remediar. Algumas estratégias são:
Para jovens e famílias:
- Informação correta sobre a droga
- Diálogo aberto sem julgamentos
- Atenção a mudanças de comportamento
- Fortalecimento da autoestima
- Atividades saudáveis e prazerosas
Para quem já usa e não consegue parar:
- Nunca usar sozinho
- Evitar misturar com álcool ou outras drogas
- Usar doses menores
- Conhecer os sinais de emergência
- Ter contato de serviços médicos
Um ex-usuário criou um projeto de prevenção nas escolas. Ele diz: “Não falo como autoridade. Falo como alguém que esteve lá. Os jovens escutam.”
A redução de danos não é apologia. É pragmatismo. Salva vidas enquanto a pessoa não consegue parar totalmente.
Conclusão
A ketamina tem duas faces. Na medicina, salva vidas. No uso recreativo, pode destruí-las.
Conhecer seus efeitos, riscos e sinais de abuso é essencial. Tanto para profissionais quanto para famílias.
Se você conhece alguém com problemas com ketamina, busque ajuda. O tratamento existe. Funciona.
E se você trabalha na saúde, fique atento. A cetamina medicinal precisa ser bem controlada. Para não desviar para as ruas.
A informação correta é a melhor prevenção. Compartilhe esse conhecimento.
Procure um centro especializado em dependência química se precisar de orientação. Ou ligue para o número 132 (CAPS) para informações sobre tratamento gratuito.
Entre em contato com a Clínica de Recuperação SP para mais informações para o tratamento da dependência química!
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